Vou descrever uma situação corriqueira na carreira de grande parte dos profissionais:
Nos primeiros anos da carreira toda explicação era anotada, alguns livros técnicos de muitas páginas foram comprados.Herdamos material (geralmente xerox) com anotações nos cantos das páginas e quebrarmos muito a cabeça para entender a planilha excel. Os gráficos, o texto complexo e tão cheio de palavras que não vimos na faculdade.
O que interessava naquele momento era dominar todos os aspectos técnicos do seu trabalho. Saber todas as discussões, teses, atualizações sobre a sua área de atuação. O som mais agradável aos ouvidos era o do feedback confirmando que o profissional estava entendendo tudo o que tinha que ser feito e realizava com maestria cada página do relatório. As seguidas promoções eram inevitáveis e só confirmavam que o caminho era promissor.
Então chegou o momento que o profissional vislumbrava desde o início: a posição gerencial acompanhada do combo completo! Ter sua própria equipe; ser o principal responsável por parte do processo (ou por ele inteiro); reportar diretamente para o Presidente da Empresa; ter sua carteira de clientes; palestrar em seminários para compartilhar suas experiencias. Tudo como programado e, algumas vezes, confirmado para outros profissionais com a mudança do novo gerente para uma sala envidraçada e com vista para a área verde ao lado do escritório.
E assim finda um caminho promissor.
Passam-se anos e o profissional não recebe nenhuma promoção; A equipe foi reduzida pela metade porque parte foi trabalhar no concorrente ou vivem doentes; A carteira de clientes vem minguando nos últimos tempos apesar das notícias do aquecimento da economia; As palestras se restringiram à duas participações em que ele se desentendeu com algumas pessoas da plateia. E ele tenta entender o que isso tem a ver com a avaliação formal que ele recebeu.
Mas e agora? O que fazer com minha carreira?
Sobretudo, uma avaliação formalizada pode contribuir com seu desempenho. Tente avaliar se o feedback que recebeu, colabora para:
- Melhorar comunicação com equipe, pares e clientes
- Desenvolver liderança
- Participar do treinamento de “Técnicas de negociações”
- Não administrar conflitos internos
- Ausência em todos os cursos e treinamentos para os quais foi indicado.
O que esse profissional ainda não tinha entendido é que, uma carreira se assenta sob uma base técnica forte e consolidada, no entanto, essa carreira só deslancha quando o profissional é capaz de analisar situações, fatos e pessoais; comunicar-se de forma assertiva e empática; administra emoções e comportamentos de forma que o diálogo, a cooperação e o respeito sejam uma constante e toma decisões com determinação e flexibilidade.
Em outras palavras: assim como as competências técnicas são aprendidas, treinadas e aperfeiçoadas, também é possível (e necessário) desenvolver as competências socioemocionais de um profissional.
Quer saber mais sobre o quanto as suas emoções impactam a sua carreira? Então leia o artigo “Que profissional as empresas estão procurando?”
Por Fernanda Rodello